Os autores trabalharam vários anos com pacientes terminais e compartilham, nesse livro, as lições que aprenderam com aqueles a quem eles chamam de “grandes mestres”, pessoas comuns que, em seus momentos finais, enxergaram com clareza o verdadeiro significado da vida e o que ela pode nos oferecer de mais precioso. Quem realmente somos, o que é o amor e como devemos lidar com a raiva, com a culpa, com o medo, para darmos um novo sentido à nossa vida, vivendo cada dia o mais plenamente possível e, assim, trilharmos o caminho da felicidade. Leitura mais que recomendada! 😉
Eliana
“Durante este período chamado vida todos temos lições a aprender. Este fato fica muito claro quando trabalhamos com os que estão à beira da morte. Essas pessoas aprendem muito no final da vida, geralmente quando já é muito tarde para que apliquem esses conhecimentos. Depois que me mudei para o deserto do Arizona, em 1995, sofri um derrame no Dia das Mães que me deixou paralítica. Passei os anos seguintes à beira da morte. Às vezes eu achava que ela viria em poucas semanas. Freqüentemente fiquei desapontada porque isso não aconteceu, pois eu me sentia pronta. Mas não morri porque ainda estou aprendendo as lições da vida, minhas últimas lições. Essas lições contêm as verdades essenciais a respeito da nossa vida, são os próprios segredos da vida. Por isso eu quis escrever mais um livro, não sobre a morte e o morrer, mas sobre a vida e o viver.
Cada um de nós tem dentro de si um Gandhi e um Hitler. O Gandhi corresponde ao que há de melhor em nós, nosso lado capaz da maior compaixão, enquanto o Hitler corresponde ao que há de pior, nossos aspectos negativos e mesquinhos. Nosso crescimento consiste em trabalhar os aspectos negativos, livrando-nos de suas manifestações, e descobrir e desenvolver o que há de melhor em nós e nos outros. Aprender as lições capazes de curar nosso espírito – nossa alma – e de trazer à tona a pessoa que realmente somos. Estamos na Terra para curar uns aos outros e a nós mesmos. Quando falo em aprender nossas lições, eu me refiro a resolver as questões inacabadas. Estas questões dizem respeito à vida e às nossas indagações mais essenciais, como: ‘Será que de fato investi meu tempo para viver o mais plenamente pos¬sível? Será que coloquei minha realização em ganhar dinheiro e prestígio?’ Muitas pessoas existiram, mas na verdade nunca viveram. E gastaram uma tremenda quantidade de energia para não tomar conhecimento de seus assuntos inacabados. Como as questões inacabadas são o maior problema da vida, é também com elas que lidamos quando enfrentamos a morte. A maioria de nós morre com uma grande quantidade de questões inacabadas. Há tantas lições a serem aprendidas na vida que é impossível dominá-las em uma única existência. Mas quanto mais lições aprendemos, mais assuntos concluímos e mais plenamente viveremos. Então, quando chegar a nossa hora, poderemos exclamar, felizes: ‘Meu Deus, eu vivi!’”
(Os Segredos da Vida – Elisabeth Kübler-Ross & David Kessler)