A chamada “pedagogia da paz” baseia-se nas conclusões das pesquisas feitas pela ONU e pela Unesco (e em outros trabalhos desenvolvidos por órgãos internacionais) sobre as origens da guerra e os meios para estabelecer a paz no mundo, buscando restituir a unidade ao conhecimento, substituir a fragmentação da vida por uma visão holística (universal) com o objetivo de atingir a sabedoria e a plena consciência. Para que isso aconteça, os educadores devem, antes de mais nada, transformar a própria consciência para, então, estarem aptos a transmitir esse conhecimento aos alunos, aos novos mestres do futuro. Como bem declarou Federico Mayor, diretor-geral da Unesco de 1987 a 1999, “as guerras nascem no espírito dos homens, e é nele, primeiramente, que devem ser erguidas as defesas contra o ódio.”
O objetivo desse livro é indicar aos educadores os meios pedagógicos necessários para que essas mudanças de atitude e de comportamento ocorram e a paz nas consciências seja estabelecida. Enfim, o autor integra a educação para a paz à arte de viver.
Pierre Weil é o fundador da UNIPAZ – Universidade Internacional da Paz.
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Eliana
“A Visão Fragmentária da Paz.
A toda ação corresponde uma reação. Essa verdade cristalina é freqüentemente ignorada pela cultura da fragmentação. Assim, é interessante observar como sujeito e objeto, nessa visão do real, estão sempre irremediavelmente separados, do mesmo modo que causa e efeito. Os perigos de tal concepção são evidentes, e os exemplos, inúmeros. Comportamo-nos como se pudéssemos cortar todas as árvores, como se tivéssemos salvo-conduto para destruir rios e oceanos sem que o planeta nos puna pela ousadia. Nas relações com os outros homens não é diferente: somos agressivos com as pessoas que nos cercam e reclamamos quando elas nos ferem. Agimos como se nossos atos não tivessem conseqüências, como se as nossas vítimas não pudessem jamais reagir. Essa visão fragmentária do real bem que poderia ser chamada de “cultura da irresponsabilidade”, na medida em que reforça uma confortável mas perigosíssima cegueira sobre as relações entre o sujeito e o objeto. “