Ensina-se o errado mas exige-se o correto!

Li um artigo que dizia ser o Brasil o país onde mais cresceram as vendas de livros em todo o mundo, de acordo com estatísticas divulgadas na abertura da 45.ª edição da Feira do Livro de Londres, que aconteceu no mês de abril desse ano.
Bom, se os brasileiros realmente tivessem o hábito da leitura não escreveriam tão errado! Um outro artigo diz que quase 30% dos brasileiros têm problemas com a grafia. E muitos atribuem a culpa ao “internetês” usado para economizar tempo. Mas uma coisa é abreviar beijo com bj, ou não com ñ, ou você com vc, e outra coisa, inadmissível, é retirar o “r” dos verbos no infinitivo, usar o mim no lugar do eu e do me, escrever vim onde tem que ser escrito vir, confundir mas com mais, ouve com houve, a ver com haver, a gente com agente, onde com aonde –  só para citar os erros mais comuns – sem falar na confusão que fazem ao utilizarem “por que/por quê/porque/porquê” e nas frases sem pontuação, onde temos que adivinhar se estão nos perguntando ou afirmando algo! E tudo isso por pura falta de conhecimento do próprio idioma, ou seja, falta de leitura, falta de interesse em consultar um dicionário quando se tem alguma dúvida, falta de educação. E não me refiro somente aos que não tiveram acesso à educação formal (pois os livros estão aí à disposição de quem quiser lê-los – e tem para todos os gostos – e vemos na internet vários exemplos de pessoas sem recursos que vão em busca do conhecimento e o obtém!) pois todos esses erros citados são cometidos também por universitários! Li o comentário de uma professora que dizia que muitos dos seus colegas de profissão não estão “nem aí” para os erros gramaticais dos alunos, o que eles querem mesmo é fazer com que o aluno passe de ano e, assim, demonstrar que o Brasil é um país de gente alfabetizada, atingindo a tal meta do Plano Nacional de Educação. Querem quantidade e não qualidade. Não é de se admirar, então, quando as pesquisas mostram que mais da metade dos estudantes brasileiros dos primeiros anos do Ensino Fundamental não sabe ler e escrever adequadamente, não consegue interpretar um texto, que só três em cada dez estudantes dominam a matemática, e que apenas 1 entre 4 brasileiros consegue ler, escrever e utilizar essas habilidades para continuar aprendendo”.  Estamos caminhando para um país cada vez mais de “analfabetos funcionais”, cidadãos incapazes de se desenvolver pessoal e profissionalmente! Citando as palavras do professor e pesquisador Simon Schwartzman, o analfabetismo extremo está ficando para trás. O tema agora é a qualidade da alfabetização, é o aluno entender o que lê“.
Ainda sobre dados, em 2011 o Instituto Pró-Livro realizou uma pesquisa entrevistando mais de 5 mil pessoas em 384 municípios e o resultado revelou que a média de leitura do brasileiro é de quatro livros por ano e somente cerca de 50% da população brasileira cultiva o hábito da leitura.”

No vídeo abaixo, Alexandre Garcia dá o seu recado sobre o livro de português que foi distribuído para quase meio milhão de alunos e que defende não existir mais o certo e o errado e sim o adequado ou o inadequado! Mas (vejam só a incoerência!) o próprio Ministério da Educação que aprovou o uso do livro esclareceu que a norma culta da língua portuguesa vai ser sempre exigida nas provas e nas avaliações. Ensina-se o errado mas exige-se o correto …

E, sinceramente, acho que quem escreve errado na internet, seja por preguiça, para ganhar tempo ou  por achar engraçado, repetirá o mesmo erro fora dela. O português é uma língua extremamente complexa, rica e linda! Vamos conservá-la assim. 😉

Eliana

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“O conhecimento vem pela educação e a educação liberta.
A raíz de tudo está na capacidade de se comunicar”
(Alexandre Garcia)
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